Philomena

Título Original: Philomena
País: Inglaterra, EUA e França
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steve Coogan e Jeff Pope
Elenco Principal: Judi Dench e Steve Coogan
Estreia no Brasil: Fevereiro de 2014



Philomena (Dench) é um senhora católica, irlandesa que viveu é um convento quando ainda jovem, na década de 1950, e lá acabou engravidando em uma jovial aventura amorosa. A igreja católica então não só reprova a gravidez, como também decide punir a jovem pelo que julga ser imoral e não digno de uma menina e alguns anos depois vende a criança para um casal estadunidense. Cinquenta anos mais tarde, em meio aos seus 70 anos de vida, Philomena conhece o jornalista Martin Sixsmith (Coogan) e o convence a ajudá-la em processo investigativo na busca por seu filho perdido.

O longa de Frears reúne uma comédia no estilo road movie, uma investigação jornalística, uma dura crítica à prepotência  religiosa e uma forte reflexão à fé e as limitações da razão. Esses dois últimos temas são desenvolvidos em conjunto, sendo o primeiro representado na figura do jornalista ateu enquanto Phil é quem interpreta a fé por si só. É provável que uma identificação com a raiva que Sixsmith desenvolve da atitude das freiras seja mais provável de ocorrer entre os espectadores, mas é interessante como o diretor guarda sempre espaço para as ressalvas de Phil. Uma coisa é indignar-se com a atitude da igreja, outra é querer impor essa indignação sobre a fé dos religiosos.

Nesse ponto, é a aconchegante performance de Dench que mantém os indignados também ao lado dela. Sua capacidade de ir de um estado emocional comovente às cômicas encenações torna o longa um agradável filme de se assistir. A Philomena construída pela experiente atriz, ao mesmo tempo em que tem sua capacidade de julgamento prejudicada pela fé institucionalizada da igreja, se apoia nesse mesmo sentimento religioso para deixar com que o amor e a misericórdia se sobressaiam ao ódio.

Assim a mãe separada do seu filho faz aquilo que Jesus ensinou mas que a sua igreja (a mesma de Cristo) não foi capaz de fazer. E no fundo, Philomena acaba sendo uma história sobre a prepotência humana. A prepotência que temos, ao avaliarmos os fatos e julgarmos o certo ou errado, de sermos também donos de um direito à punição.



Nenhum comentário:

Postar um comentário