O lado bom da vida

Título Original: Silver Linings Playbook
País: EUA
Direção e Roteiro: David O. Russel
Elenco Principal: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert De Niro.
Estreia no Brasil: Janeiro de 2013




David O. Russel é uma daquelas incógnitas produzidas pela mídia que gira em torno da sétima arte. Seus filmes sempre vêm acompanhados de expectativas no mínimo exageradas que criam a ideia de que os mesmos passariam mensagens relevantes ou seriam até obras primas cinematográficas. E foi até pior com esta previsível, não original e "clichesinha" comédia romântica.

Baseado em um livro de Matthew Quick, o filme acompanha o professor Patrick Solitano (Cooper), que depois de um acesso de fúria ao surpreender a esposa com outro homem é obrigado a passar oito meses em um hospital psiquiátrico. Voltando a morar com os pais (De Niro e Weaver), ele se mostra decidido a reconquistar Nikki (Bree) apesar de uma ordem judicial que o obriga a se manter afastado da amada. Então ele conhece a igualmente instável Tiffany (Lawrence), que o convence a dançar ao seu lado em uma competição em troca de favores para se comunicar com sua esposa.

O roteiro, elaborado pelo próprio diretor, é inicialmente interessante, pressupondo-nos um possível estudo de personagem que é muito bem conduzido pela atuação de Cooper. Ainda que fique claro um  comportamento também instável desse enredo ao saltarmos de cenas cômicas para outras tão pesadas como deve ser uma agressão física entre pais e filhos. No entanto, o suicídio de Russel se dá aproximadamente na metade de seu longa, ao se entregar totalmente ao mundo mesquinho que muitas comédias seguem, com toda aquela forma padrão para se conduzir a trama romântica do casal protagonista. Não fosse somente isso, a própria doença de Patrick é totalmente deixada de lado pelo roteiro tornando a primeira metade uma introdução quase que descartável.

Já não bastasse todas essas falhas do roteiro, ele interfere também nas belas atuações do casal formado por Cooper e Lawrence fazendo com que a interessante dinâmica que os dois desenvolvem se tornem artificiais demais com o decorrer do filme. O que resta então no campo das performances para tomar a frente dessa trupe é a excelente participação de Robert De Niro, sendo o único que assenta muito bem o humor no meio de seus próprios distúrbios.

Mocinho que corre atrás de sua paixão tardiamente entendida, o beijo tão esperado sob a ótica de um travelling circular, frases e diálogos que insistem em explicar as piadas do próprio roteiro... São tantos clichês que, mesmo que seja possível se cativar com as personagens (e realmente o fiz), é impossível não se irritar com toda essa artificialidade hollywoodiana. Por fim, títulos que passeiam pelo mesmo gênero como  Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill) Te Amarei para Sempre (The Time Traveler's Wife) são mais convincentes que esta fraca comédia romântica.



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