Killer Joe - Matador de Aluguel

Título Original: Killer Joe
País: EUA
Diretor: William Friedkin
Roteiro: Tracy Letts
Elenco Principal: Matthew McConaughey, Emile Hirsch e Juno Temple
Estreia no Brasil: Março de 2013



Uma violência à la Tarantino inserida em um cotidiano bastante inusitado mas nem por isso irreal. O que vemos é um magnífico surrealismo que nos prende em seu fascinante universo.

A história gira em torno do jovem contrabandista Chris Smith (Hirsch) que, para acertar uma dívida com seu fornecedor, propõe a seu pai (Church) a contratação de um matador de aluguel para dar um fim na sua mãe e assim conseguirem a grana da apólice de seguro dela. No entanto o contratado, Joe (McConaughey), exige Dottie (Temple), a irmã de Chris, como uma garantia do pagamento.

O roteiro foi elaborado a partir de uma peça teatral feita pelo próprio Letts e é bem direto, mas nem por isso menos detalhado acerca de seus personagens. A questão é que cada membro da família Smith já demonstra a falta de escrúpulos em que vivem imersos que não é preciso gastar muito tempo introduzido cada um deles. E mesmo assim, cada rotineira conversa entre pai e filho já entrega muito do relacionamento geral das personagens. Assim, a trama vai avançando em saltos, mas calmamente, enquanto vamos sendo enfeitiçados pelo Joe de McConaughey.

Construindo um policial minucioso, o artista vai aos poucos revelando a psicopatia do protagonista até culminar no fulminante terceiro ato. É impossível correlacionar os Joe's de cada quadro diferente em que surge, nos restando apenas aplaudir McConaughey pelo belíssimo trabalho realizado. Mas ele não apaga as demais atuações, de modo que Hirsch vive bem o jovem e inconsequente traficante e estabelece uma ótima relação com Church, que representa o ingênuo e tolo Ansel. Outra que surpreende é a jovem Juno Temple que vive a instável Dottie. A imagem que nos passa é a de uma confusa criança que nos inquieta. Não sabemos se ela simplesmente sabe o que ocorre ou se há realmente uma assimilação dos fatos e suas reais consequências.

O que mais agrada em Killer Joe, além dos já citados trabalhos de atuações, seja a atmosfera não muito pesada que o diretor Friedkin (o mesmo de O Exorcista de 1973) atribui à trama. O tom cômico é extremamente agradável para o filme, ainda que o humor seja totalmente extinguível até o desfecho da obra,  ele serve para nos manter distante de toda aquela insanidade que toma conta dos cenários.

E o corte final é magnífico ao reforçar esse adjetivo que talvez seja a ideia central do longa. Nada mais precisa ser mostrado depois daquele sorriso.


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